segunda-feira, 27 de maio de 2013

Analise : Call of Juarez Gunslinger



Esse tal de Juarez é um cara viajado. Da última vez que o vimos, estávamos em plena guerra contra um cartel de drogas mexicano, em 2011. Não foi um um encontro memorável, a menos, claro, que de uma forma negativa, tamanha a quantidade de pessoas criticando suas escolhas. Agora, de volta as raízes, Call of Juarez: Gunslinger recorre novamente às minas de ouro, perseguições a cavalos e duelos ao pôr do sol.

Personagens reais
 
Gunslinger deixa a gente bastante confortável naquele Velho Oeste tradicional, fazendo, por vezes, parecer que estamos de volta a aventura de John Marston (RDR). Não que o jogo seja parecido em sua mecânica, mas é que esse foi o último faroeste realmente memorável, por mais que role uma opinião particular aqui (a minha, óbvio). Os desfiladeiros, cowboys e índios, numa perspectiva em primeira pessoa e com um visual meio cartunesco, tipo The Darkness 2 (ou Borderlands 2) e sua transformação em jogo digital pareceu uma boa escolha ao pessoal da Ubisoft. E, de fato, foi.
 
Uma pegada meio Sengoku Basara - jogo da Capcom que tenta recriar batalhas reais do período Sengoku japonês, incluindo suas figuras históricas, mas em contextos absurdos - é o mote para a inserção de personalidades como Billy the Kid, Pat Garret e Jesse James em situações cujo a sua ajuda será imprescindível. Senão, é game over, duh.
 
Hoje em dia é muito difícil emplacar um FPS no meio de tantos CoD e BF do mercado. E dada a estirpe dos últimos jogos da série CoJ, as chances dele ser um sucesso de acúmulo nas prateleiras era enorme. Uma versão Live Arcade/PSN do game tirou o peso de um retail de suas costas e entregou uma experiência bastante genuína e divertida.

 
Terra sem lei
 
Silas Greaves é um caçador de recompensas com muitas histórias para contar, mas sem nunca encontrar uma plateia digna. Isso até ele entrar naquele 'Saloon' com meia dúzia de gatos pingados e, finalmente, refrescar sua garganta e ser ouvido por alguém.
 
O divertido de Gunslinger é que essa narrativa mantém-se o jogo inteiro. E é influenciado por ela. Às vezes, quando as pessoas se intrometem na história, o reflexo dessa ação chega ao jogador em formas variadas: a tela fica preto e branco, os acontecimentos voltam passos no passado, como se fossem rebobinados ou paralisam por completo. Vez ou outra você faz parte direta, 'ao vivo' da narrativa, sendo obrigado a fazer exatamente o que Silas narra com sua voz aveludada.
 
O melhor de tudo isso é que dessa vez a experiência é honesta. O jogo não se propõe a entregar nada revolucionário, que 'não vamos nos arrepender de experimentar', ou ainda, 'que mudará nossas vidas para sempre e nunca mais veremos os jogos da mesma maneira'. O tiroteio é bacana, a ação cai na medida, as batalhas contra os chefes são suaves e o tempo de cada fase é perfeito. Ele podia ser um pouco mais difícil, mas também tem gente que não curte, então tá ok.


 
Para jogar, basta deixar a tarefa para suas mãos. É tudo tão automático e igual aos CoD que todo mundo joga que não precisa nem perder tempo aprendendo nada. Os botões mantém as mesmas funções popularizadas pela Activision. A menos, claro, que você queira aprender a fazer combos e enfrentar os Duelos com mais perfeição, mas mesmo assim, a explicação vem, naturalmente.
 
O sistema de evolução do jogo - que é deveras curto - dá aquele up no seu fator replay. Ganhar níveis em comparação à duração da campanha principal do jogo é uma tarefa difícil, porque Gunslinger acaba antes que dê tempo de ganhar alguma skill interessante. Para isso, o modo arcade, liberado desde o início, pode ajudá-lo na famosa tarefa do 'grind'.
 
O bom, o mal e o feio
 
Call of Juarez: Gunslinger carrega, talvez, o melhor visual da série. E se tratando de um jogo digital, é um feito e tanto. Apesar de curto, é uma entrega honesta, um jogo fechadinho, com níveis de experiência, desafios extras pós-game e não entrega menos do que propõe. Aliás, depois de Cartel, as pessoas já esperavam pouco do jogo. E essas (talvez a maioria) será a mais recompensada no final.



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